sábado, 28 de dezembro de 2013

Sobre viver mais um ano

Eu sou uma mulher de retrospetivas e [auto]análises. Feitas de uma forma saudável são uma alavanca para [re]definir estratégias, encontrar novas e reformuladas motivações e objetivos ou [re]definir prioridades. Preciso constantemente de encontrar novas forma de atuar, de perceber o que me rodeia e com isso como posso motivar-me e motivar os que me rodeiam. Não é tarefa fácil, não para mim que sou insatisfeita por natureza (e em relação a isso não me parece que seja muito diferente de um qualquer Ser Humano). 
Passando o 2013 em revista, não posso deixar de considerar que, dentro de todos os acontecimentos que possam ter sido atípicos e que me fizeram experimentar sentimentos contraditórios, foi um bom ano.
Foi um ano em concretizei simples "projetos" que já há algum tempo que pensava concretizar como ser voluntária no Mundialito Feminino e noutros projetos da Federação Portuguesa de Futebol ou participar na Mini Maratona EDP. Pessoalmente foram dois projetos que me enriqueceram bastante: pela experiência e pelo sentimento de sair da minha zona de conforto que me proporcionaram. Mas o mérito não foi só meu. Tive perto de mim uma pessoa muito importante que me animou a fazê-lo e a desvanecer todas as minhas dúvidas em relação a um possível falhanço. Obrigada DG por teres estado comigo e me teres apoiado em todos os momentos, mesmo naqueles em que eventualmente me chateei contigo por teres insistido em algo que eu não queria ver ou que o medo fazia com que não visse.
Foi também um ano cheio de desafios profissionais e de algum reconhecimento por parte dos que trabalharam comigo. Foi mais um ano de trabalho no Agrupamento de Exames de Faro que tantos desafios me coloca em cada dia que lá trabalho com pessoas extraordinários e com um espírito de equipa fantástico (tenho de lhes dedicar um post em 2014!).
Foi mais um ano de viagens por este nosso Portugal, de descobrir paisagens inspiradoras.
Foi, enfim, um ano de muita incerteza com uma colocação deveras tardia e já quando perdia a esperança de poder ficar colocada. Foi um ano de mais uma nova escola, uma nova cidade e novos futuros amigos!
Um ano cheio de bons momentos!
Obrigada a todos os que me acompanharam, os que me alertaram, os que me aconselharam e motivaram.
Obrigada!

Feliz 2014, a si que me encontra por aqui, todos os dias do ano... ou pelo menos em alguns deles!

 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sobre o Natal

Não sou grande apreciadora dos valores consumistas do Natal, nem do brilho das luzes que ofuscam os sinceros e reais valores. Vivo-o de uma forma bastante intensa porque para mim também é sinónimo de regresso a casa e não há nada melhor do que poder chegar a casa: o seu cheiro característico; o seu calor; as suas rotinas e, principalmente, as pessoas que fazem com que seja "minha": a família.
Na mesa não há, felizmente, nada que falte; à volta da mesa sentam-se os anfitriões, a matriarca da família e uns amigos. Não há nada que pudesse receber (fisicamente) que substitua este sentimento de aconchego; de pertença; de paz interior e felicidade.

Que o leitor possa ter desfrutado de momentos semelhantes é o meu desejo sincero!



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sobre as Irmãs

Costuma dizer-se que os amigos podemos escolher mas a família não, esta é-nos atribuída desde que nascemos.
Eu tenho o privilégio de ter uma família fantástica e não mudaria nenhum dos seus elementos (talvez acrescentasse um irmão que tantas vezes "pedi" aos meus pais).
Mas há três anos a minha família aumentou consideravelmente. Não a minha família de sangue mas a outra, a dos amigos. E o mais surpreendente é que pude escolhê-la. Há três anos começámos um percurso conjunto, emotivo e arrebatador na verbalização de um desejo já antes expresso, com mulheres simpáticas, galhofeiras, bem-dispostas, genuínas e sempre de sorriso e braços abertos. Mulheres genuinamente trabalhadoras que admirávamos pelo trabalho musical e espírito que as caracterizavam e com quem até hoje tentamos construir uma relação forte e sólida.
Essas mulheres fazem parte da Tuna Feminina Scalabitana que nesse fim de semana há três anos atrás completava 10 anos de existência.
 Hoje elas voltam a ter motivos para celebrar pelo décimo terceiro ano consecutivo e nós também: mais um de convívio, de apoio incondicional em momentos cruciais (como só os irmãos podem/sabem dar!), de palavras amigas, de um coração que sente em novembro e junho aquilo que os olhos não veem o resto do ano.
Mas não há longe nem distância quando se gosta, quando se sente o carinho de gente que, como nós, sente, partilha, comove, diverte e recebe.
Num momento em que a crise económica se arrasta a uma nítida crise de valores nas várias vertentes da nossa vida pessoal e profissional. Num momento e que é mais fácil ficar centrado no meu umbigo, nas minhas necessidades e preocupações e preocupar-me em fazer crescer o meu Ego, é refrescante e motivador poder fazer parte de uma relação destas, de um compromisso que há três anos decidimos consolidar. Compete-nos a ambas as tunas fazer com que o compromisso não se quebre: que continue a concretizar-se motivado pelos anseios e desejos originais. É este o principal desafio atual... mais um!

Parabéns Tuna Feminina Scalabitana!
Parabéns Feminis Scalabitana!

Que continuemos a ter motivos para ter Memórias!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sobre aprender a (uma) lição

Há sensivelmente quatro semanas comecei um curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores através da Empresa Valor Por Medida. 
Apesar de todos os receios inerentes ao início de mais um projeto que eu saberia poder vir a ser de crescimento pessoal e profissional as expetativas estavam (e continuam a estar) elevadas. Tenho a certeza que ao longo dos próximos dois meses escreverei sobre outras inesquecíveis lições. 
As sessões são ministradas aos sábados. Oito horas de trabalho num dos dias destinados ao descanso semanal que passam num abrir e fechar de olhos e que compensam cada hora a mais da minha semana para me conseguir organizar.
Numa sessão destinada ao perfil do formador e concretamente à necessidade de este ser empático e de saber colocar-se no lugar do outro [do formando]; perceber as suas necessidades e motivações/interesses e respeitar a sua experiência profissional e pessoal e com elas poder formar e simultaneamente aprender, um dos formandos queixava-se da falta de flexibilidade das pessoas mais velhas (e com mais experiência) com quem trabalha que demonstram alguma intransigência em relação à opinião de trabalhadores mais jovens.
O formador disse então algo que nos deixou pensativos e até mesmo escandalizados... "Oh M. se você se irrita, a culpa é sua. Não duvide!" Não esmiuçou muito o assunto mas deixou transparecer que somos nós quem tem a opção de decidir entre o estar irritado ou não. Sobre aquilo que nos irrita ou não irrita. Assim como estabelecer prioridades que nos façam estar bem, relativizar, dedicar forças e empenho ao que realmente podemos e está ao nosso alcance controlar/mudar.

Hoje estive em leituras cibernéticas e encontrei um texto que expressa de uma forma irritante os efeitos da irritação. Transcrevo-o em seguida para que o meu estimado leitor pense no que realmente o irrita. mas peço-lhe que pense também se é prioritária essa irritação ou se a pode guardar para depois de dar uma palavra amiga a alguém ou aproveitar a época para enviar as tradicionais (mas não aquelas óbvias!) mensagens de Natal. Não se irrite, não hoje pelo menos...além de todos os males que vêm descritos a seguir, vai querer ficar com essa culpa? 

Se fôssemos contabilizar as paixões desta vida, os ódios e os amores, os grandes sobressaltos, as comoções, os transtornos, os arrebatamentos e os arroubos, os momentos de terror e de esperança, os ataques de ansiedade e de ternura, a violência dos desejos, os acessos de saudade e as elevações religiosas e se as somássemos todas numa só sensação, não seria nada comparada com o peso bruto da irritação. Passamos mais tempo e gastamos mais coração a sermos irritados do que em qualquer outro estado de espírito. 
Apaixonamo-nos uma vez na vida, odiamos duas, sofremos três, mas somos irritados pelo menos vinte vezes por dia. Mais que o divórcio, mais que o despedimento, mais que ser traído por um amigo, a irritação é a principal causa de «stress» — e logo de mortalidade — da nossa existência. 
É a torneira que pinga e o colega que funga, a criança que bate com o garfinho no rebordo do prato, a empregada que se esquece sempre de comprar maionnaise, a namorada que não enche o tabuleiro de gelo, o namorado que se esquece de tapar a pasta dentrífica, a nossa própria incompetência ao tentar programar o vídeo, o homem que mete um conto de gasolina e pede para verificar a pressão dos pneus, a mania de pôr o pacotinho vazio de açúcar debaixo da chávena de café, a esferográfica de Mário Crespo... é por estas e por outras que as pessoas se suicidam. E têm toda a razão. 
É nos engarrafamentos, na bicha do supermercado ou do multibanco, no cinema atrás do cabeçudo que não nos deixa ver, no autocarro cheio de gente, que somos diariamente irritados. Há-de reparar-se que as pessoas que mais nos irritam são as que estão à nossa frente. São estas as pessoas que demoram, que levam horas a tirar o porta-moedas para pagar o táxi, que insistem em passar um cheque para comprar um quilo de cebolas e uma embalagem de Super-Pop, que se mexem na cadeira e desembrulham rebuçados durante a cena mais dramática do filme, que têm um tempo de reacção ao semáforo verde de aproximadamente 360 segundos, que pagam as contas da água, da luz e do telefone ao Multibanco, que se esquecem de tomar banho antes de usar um transporte público e depois insistem em esfregar-se contra quem tomou.
 
Miguel Esteves Cardoso in Ano Comum

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sobre o amor incondicional.

Como todos os grandes amores na vida este nasceu antes mesmo de o conhecer.

O percurso que me levou a identificar com aquela que viria a ser durante 12 anos a minha casa/família foi breve. Mais difícil e demorado foi tomar a decisão de ter que o deixar.
Nasceram a 10 de dezembro. As moças juntaram-se e decidiram dar toque feminino à cultura académica que existia na Universidade do Algarve. Aventuraram-se a fazer diferente entre críticas e contratempos típicos de quem começa uma viagem. Aventuraram-se a dar outras opções às estudantes da universidade. A sua ousadia fez com que outras muitas estudantes ao longo destes anos tenham tido também a oportunidade de desfrutar do seu companheirismo, dos seus ensinamentos, das suas lições.
A sua ousadia fez com que eu hoje possa estar aqui a escrever este texto de comemoração de mais um aniversário com o coração cheio de orgulho por ter feito parte daquilo que, espero, seja uma etapa do longo caminho que a Tuna Académica Feminina da Universidade do Algarve - Feminis Ferventis ainda tem pela frente. 
Que venham mais anos de vida bem vivida junto dos que nos são queridos e que gostam de nós. Que venham mais anos de interconhecimento, de partilha de saberes e pontos de vista. Que venham mais anos de crescimento individual e de grupo. Que venham mais anos de entrega absoluta e de partilha incondicional.

Que continuem com essa característica tão nossa de saber receber e de fazer com que os outros se sintam bem na nossa companhia. Que continuem a trilhar o caminho, desafiando as vossas/nossas capacidades, querendo sempre ser melhor, querendo sempre o melhor. 
Que continuem a ter a humildade de querer aprender com os nossos pares, a respeitá-los e a partilhar com eles o que são. E são tantas as coisas que eles podem aprender connosco! Eu aprendi tanto!

Parabéns Feminis Ferventis, parabéns minhas queridas!