sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre Lisboa

...Cheira a Lisboa"
Há uns fins-de-semana atrás desloquei-me até Lisboa. Uma viagem/visita que já tinha prometido a mim mesma há algum tempo mas que por desculpa momentâneas: faltas de tempo ou disponibilidade, ainda não tinha concretizado. Desta vez, um impulso (ou talvez mais do que isso!) levou-me até à capital de Portugal e as expectativas foram amplamente superadas.
Os itinerários que a SC me tinha sugerido foram realizados e, por momentos, pareceu-me que a cidade estava bem próxima de mim.
A visita à cidade começou, como não poderia deixar de ser, pel`A Brasilleira onde, sentado numa apetecível esplanada, Fernando Pessoa saúda os que chegam no Metro na Baixa-Chiado pela saída do Largo do Camões.Aí, bebi um café e estudei o roteiro daquilo que eu tinha planeado que seria o meu primeiro dia.
Inspirada, dirigi-me até ao Largo do Camões, onde contemplei a estátua de um dos maiores e mais importantes escritores portugueses que dá o nome ao Largo. Subi até ao miradouro de Santa Catarina, também chamado de Adamastor, onde me debrucei sobre uma das sete colinas para logo vislumbrar outra do lado oposto. Ali ao lado um pequeno passeio pelas ruas, quase, desertas do Bairro Alto. Dos restaurantes vinha o burburinho das gentes e o som dos talheres nos pratos mas, cá fora, nem viv´alma.
Voltei ao Largo do Camões onde apanhei, como a SC me tinha dito, o 28 com destino à Graça. A viagem de eléctrico pelas ruas estreitas foi de um prazer extraordinário e, quando lá cheguei, após uma vista do miradouro da Graça, comecei a descida com destino ao ponto de partida inicial. Tive oportunidade de visitar a monumental Igreja de São Vicente de Fora e, atrás desta, não pude deixar de entrar no Panteão Nacional outro dos monumentos que me inspiraram patrioticamente.
Ao sair do Panteão deixei-me levar pelas músicas, o fado!, que vinham das janelas das pequenas e amontoadas casas e as suas coloridas varandas com flores, pelos falares altos das gentes que nas suas casas, ainda enfeitadas com cores dos santos populares, falavam com os vizinhos numa harmonia quase que desconcertante e sem que importasse quem passava. Perdi-me, literalmente, por Alfama : pelos cheiros e sons desta Lisboa Castiça.
Voltei a encontrar a Sé e o Miradouro de Santa Luzia e num instante estava já na Rua do Ouro que me levava, com passos cada vez mais lentos, até à Rua Augusta. Voltei aos Armazéns do Chiado para lanchar e, após recuperar forças e ânimo, passei pela Livraria Sá da Costa enquanto me dirigia para as Ruínas do Carmo/Museu Arqueológico. Para terminar a tarde, um passeio pelos Restauradores e pelo Rossio.
A noite do primeiro dia foi programada pelo AJB: uma noite muito bem passada num restaurante italiano à beira-rio, regada de um bom vinho e acompanhada de uma agradável conversa. A Ponte 25 de Abril, o rio Tejo e a lua fizeram-nos companhia até altas horas da noite.
Foi uma noite, com certeza, inesquecível por variadíssimos motivos que não cabe aqui esmiuçar. O segundo dia deste fim-de-semana foi, também repleto de emoções fortes: madruguei para me dirigir à afamada Feira da Ladra que desde tenra idade preencheu o meu imaginário. Foi uma experiência incrível que estava longe de imaginar (por muitas conjecturas que possa ter feito sobre ela).
Aí pude encontrar de tudo, mas literalmente tudo, e todo o tipo de gente também. Após me demorar por lá algum tempo voltei a descer a colina mas antes parei n´A Tuna onde tomei o meu pequeno-almoço e conversei com o simpático dono do café sobre a Selecção Nacional e a sua prestação no Mundial´10. Senti-me como se aquela fosse a minha rotina, como se aquela fosse a minha casa. Antes de chegar ao destino seguinte, um desvio para regressar ao Castelo e às ruas que o circundam : estreitas e intermináveis ruas que se embrenham umas nas outras e de onde vinham sons mais ou menos alternativos.
Uma passagem pela Casa dos Bicos, futura Fundação José Saramago, e uns passos mais à frente o deslumbrante Terreiro do Paço e, novamente, um passeio até à Rua Augusta.
A tarde de sábado esteve reservada à companhia do AJB que me levou ao Jogo de apresentação do Sport Lisboa e Benfica no Estádio da Luz. Trajados a rigor, com o cachecol da equipa "Eu sou Benfica", e depois de alguma ansiosa espera entrei no actual estádio (o AJB fez questão que entrasse em primeiro lugar) e foi uma sensação, mais uma, inesquecível. Foi importante ter estado na sua companhia porque o seu benfiquismo fez-me viver, ainda mais, aquele momento.
Após o jogo, e como estava uma noite muito agradável, fomos até a um dos meus espaços favoritos na Capital: Parque das Nações - Real República de Coimbra. Lá, inesperadamente, encontrámos alguns amigos e a conversa prolongou-se até de madrugada.
No domingo, terceiro e último dia do fim-de-semana, o AJB foi buscar-me e almoçámos, segundo promessa do dia anterior, em Setúbal: cidade onde atribuladamente nos conhecemos. Houve tempo, ainda, para nos encontrarmos com o Saxo, amigo comum das lides tunísticas, na esplanada da Pousada de Portugal no Forte de S. Filipe.
Depois das despedidas, o regresso a Faro com sabor a saudades e já nostálgica dos fabulosos momentos do fim-de-semana.

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