Começou hoje, na Recreativa Rica - Olhão, o Rotas da Dança. É, segundo o meu ponto de vista, uma especie de festival de dança que combina workshops de Dança Oriental, Kizomba, Capoeira e Flamenco com gastronomia típica dos países e, à noite, apresentações ao público. O dinheiro angariado servirá para restaurar a referida Recreativa que precisa de obras, situação que me parece de uma nobreza extrema.
A cerimónia de abertura esteve a cargo de Denise de Carvalho, professora de dança oriental cujo CV não caberia neste espaço, Mirsalah e alunas da Recreativa Rica. O espectáculo foi belíssimo e quem até lá se deslocou não ficou desiludido e tenho a certeza que, como eu, voltará nos dias seguintes. Eu fiquei deslumbrada por vários motivos.
Em primeiro lugar, porque o espaço, a noite e a companhia (a aluna, a doce, a sorridente, a simpática, a divertida Neide) foram ingredientes imprescindíveis para o ambiente acolhedor da apresentação propriamente dita. Depois porque o talento, a graciosidade, o "profissionalismo" e coordenação das bailarinas, aliado às músicas, transportaram-nos para outra cultura.
Por último, e perdoe-me o leitor a opinião tendenciosa, porque a fantástica Denise de Carvalho estava lá. E, caro leitor, se conhecesse o trabalho dela, o seu talento e dedicação, saberia exactamente do que estou a falar.
Ela é Bailarina profissional, professora e coreógrafa; integrante do CID (Internacional Dance Council - Unesco); é Bailarina na Companhia Internacional de Dança de Hossam e Serena Ramzy; foi Professora dos Cursos de Primavera e de Verão, 2008, de Dança Oriental na Escola de Dança do Conservatório Nacional, entre muitas outras coisas.
Mas hoje ela é só a "Morena".
É sobre ela, uma das mulheres mais lindas que conheço (nas várias acepções da palavra), que escrevo.
Conheci-a através de uma amiga, não falámos muito mas tinhamos um pedido: actuar no I Moura Encantada. Sem grandes problemas, aquiesceu. Posteriormente, trabalhámos juntas e formámos, juntamente com a Sofia, a Irmandade da Sardinha Assada que tinha a sua sede na Cruz Vermelha Portuguesa - Faro. Foi um Verão em grande: muita sardinha, muitos almoços, muita sangria, muitas conversas. Enfim...puro companheirismo.
Somos vizinhas e vejo-a tantas vezes como vejo os meus pais (que moram a 300km) mas quando nos encontramos voltamos àquele Verão. O que interessa aqui é que ela tem estado nos melhores e piores momentos da minha vida aqueles que é tão difícil partilhar. Dela tenho ouvido palavras de compreensão, de ânimo ou de censura quando é preciso. O seu jeito, a sua ternura, o seu olhar doce, o seu humor, o seu mau-feitio de sagitário, o seu altruismo e, principalmente, a humildade com que lida com o sucesso cativaram-me e eu acho que, de alguma forma, a cativei também. Sou, por isso, uma privilegiada.
Obrigada "Morena"!!
O Rotas da Dança só termina no domingo e até lá pode ainda participar nas actividades ou provar a gastronomia.
Tenho a certeza que não se vai arrepender.