Como nos inspira quem nos rodeia?
Como inspiramos os que nos rodeiam?
Que líderes somos?
A reflexão que a seguir apresento foi inserida num trabalho do Módulo 6: Liderança e Comunicação, no âmbito da pós-graduação em Coaching.
É uma visão muito pessoal, sustentada com leituras sobre a temática, sobre Liderança e do que é ser e agir como líder.
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Ser
ou não ser líder é a questão!
Uma
questão em tom de desafio como pressupõe o processo de desenvolvimento e
crescimento pessoal que desde outubro assumi. Um processo cuja palavra central,
muito repetida no meu discurso nos últimos meses, é Consciência.
Uma
Consciência que implica o que sou
(comigo e com os outros), como sou (comigo e com os outros) e como me vejo (a
mim e aos outros). E é nesta vertiginosa e fantástica procura que está
contextualizada esta reflexão: ela é o resultado de um processo num estado
eternamente por terminar.
Na
verdade, ela também surge depois de meses de troca de experiências,
conhecimentos, leituras, pesquisas e, sobretudo, reflexões muito pessoais sobre
o EU e as variáveis que anteriormente referi.
Pela
mão do professor Paulo Abrantes navegámos pelo tema da Comunicação e Liderança. A sua experiência por outras tormentas,
fê-lo marinheiro experiente e astuto e neste sentido fez questão de nos dotar
de confiança para que, juntos, chegássemos a porto seguro. Juntos e com uma
constante preocupação em relação ao nosso bem-estar: à forma como estávamos a
percecionar e a utilizar a informação que nos estava a ser transmitida. Embora
sem me dar conta nesta altura estava a dar-nos uma lição, ele próprio e a sua
conduta, de Liderança.
Em
primeiro lugar, deixei cair a ideia de que Liderar/a Liderança estava apenas
confinada aos CEO de empresas. Creio que o conceito de Liderança para mim
estava associado ao sucesso e à visibilidade. Com sinceridade, não tinha até ao
momento tido necessidade de pensar sobre isso: como se fosse uma característica
que não estivesse ao meu alcance.
É
então que nesta pequena mas muito gratificante viagem descubro que a Liderança
está acessível a todos que ousem conhecer-se, que ousem conhecer quem os
rodeia, que não receiem reconhecer o(s) seu(s) erro(s), que ajam com humildade,
que tenham uma forma de estar/agir pelo qual sejam reconhecidos, a sua imagem
de marca.
O
líder é alguém original, que tem coragem para ser e fazer diferente. O líder
não teme a grandeza dos que o rodeiam porque tem confiança em si próprio e
porque a sua verdadeira felicidade também passa por fazer com que o melhor de
quem o rodeia se eleve, sobressaia. O líder é o que predica e é sobretudo quem
faz o predica.
[…]
Ainda
durante este processo também recordei e sobretudo refleti que um dos argumentos
que uso para justificar a minha prática profissional é o facto de acreditar
que, em algum momento posso fazer a diferença na vida das crianças/adolescentes
com quem trabalho. Assim sendo, será que faço realmente? Porque é que é isso
que me preenche enquanto profissional? Em que é que se traduz na minha prática
“fazer a diferença”? Quando é que senti isso? Como me senti?
Foram
algumas perguntas que me coloquei a mim mesma. Para algumas terei resposta, ou
uma resposta à luz da minha perspetiva atual.
Termino
esta reflexão com a alusão a dois textos com os quais estabeleci contacto há
relativamente pouco tempo e que considero que influenciaram de sobremaneira o
meu entendimento sobre o que me rodeia. Partilho-os aqui porque penso que estão
dentro do âmbito deste trabalho e desta reflexão.
Há
uns meses comprei um livro com o título Os
melhores contos espirituais do Oriente de Ramiro Calle. No título aparecem
duas palavras que chamaram imediatamente a minha atenção [contos e Oriente] e
comprei-o. Nas suas páginas fui lendo pequenos contos de índole espiritual e
com uma profundidade, confesso, nem sempre acessível. Houve um que fixou
imediatamente, e desde esse momento constantemente no meu dia-a-dia, a atenção
e que pela sua pequena dimensão gráfica passo a transcrever:
A Ação
Destra
“Dois
homens encontravam-se de visita à casa de um mestre, e um perguntou ao outro:
-
Vieste, como eu, para ouvir os seus ensinamentos?
E
o outro respondeu:
-
Não, para mim é suficiente ver como aperta as sandálias.”
Um
líder é um exemplo na sua forma de agir. Quantas pessoas conhecemos assim? Quem
são elas? Porque nos inspiram? Qual é o seu exemplo?
A
segunda alusão é o poema IF de Rudyard Kipling. Em primeiro lugar o poema é
lindíssimo e de uma profundidade tão verosímil que se poderia tornar o lema de
vida de um líder. Todas as várias situações descritas fazem parte do que é ser
Homem, estão ao alcance de todos. A diferença, e é aí que encontramos um
verdadeiro líder, é a forma como lidamos com elas, como decidimos sentir-nos ao
passarmos por elas e as lições que delas retiramos para os desafios de todos os
dias.
Ser
líder está ao alcance de todos nós. Todos nós somos líderes, exercemos
liderança nos mais diversos meios em que nos relacionamos.
Ser
líder é ousar. É arriscar. É ter coragem para ser e fazer diferente e, ainda
assim, manter-se fiel aos seus valores.
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