Aos que já vi partir...
Disse em 2004 o então candidato às Presidenciais nos Estados Unidos, John Kerry, num programa de televisão, que devido ao facto de os seus pais estarem constantemente a mudar de cidade durante a sua adolescência, ele já estava imune à despedida.
De certa forma concordo com John Kerry. Depois de nos habituarmos à despedida, seja porque partem aqueles que amamos, seja porque somos nós a procurar outros "poisos" e outras oportunidades, acabamos por adquirir alguma imunidade perante essa situação de perda.
Mais cedo ou mais tarde ela [a despedida] acontece!
Em diferentes momentos das nossas vidas conhecemos pessoas que, por um ou outro motivo, desempenham nela um papel fundamental.
Com um sorriso sincero, um mimo terno, um alerta consciente e racional, uma palavra amiga, uma noite de copos, um jantar mais “regado” ou uma peripécia para mais tarde recordar, elas – essas pessoas – entram no nosso mundo e, de certa forma, mudam-no!
Nesses casos a despedida, mais do que dolorosa, é ingrata. O pesar daqueles que voluntária ou involuntariamente partem é substancialmente diferente dos que, sem opção, têm de ficar.
No pensamento fica, e isso ninguém nos pode tirar, o deleite das doces memórias e o desejo de um novo reencontro.