
Nas últimas semanas tenho estado empenhada na realização de trabalhos para o Relatório de Estágio e, enquanto procurava conteúdos para a planificação que tinha que fazer para o 3ª ciclo do Ensino Básico, encontrei um texto, num manual do 7º ano, com o título "O Amor é uma estupidez". Numa altura em que o passeio pelo País das Maravilhas terminou e tendo-se vivido aí tantas histórias de amor, uns e, outros, prelúdio delas parece-me que a escolha do texto não poderia ser melhor. A mensagem é clara: acontece a todos!
"Tenho a certeza que o amor é uma estupidez. Torna as pessoas meio estúpidas e muda-lhes a maneira de ser e se calhar torna-as mais felizes, está bem, mas isso não muda nada e é claro que não torna inteligentes os que já são estúpidos. Quando vou na rua e vejo alguém com um sorriso parvo estampado na cara, penso: este fulano deve estar completamente apanhado da pinha, mas às vezes, quando estou em maré de indulgência, acrescento para mim: ou completamente apaixonado. Concordo que as declarações de guerra ainda são piores do que as declarações de amor, mas isso não impede que as de amor seja uma estupidez.
[...]
Quem tiver adivinhado que estou apaixonado e se considere muito esperto e inteligente [...] com certeza é imbecil, porque pode acontecer a qualquer um apaixonar-se e ninguém está a salvo. Eu, para não ir mais longe, apaixonei-me pela Sara sem querer, comecei a gostar dela sem querer [...]"
Martín Casariego Córdoba, E dizer-te uma estupidez qualquer, por exemplo, amo-te, trad. de Maria do Carmo Abreu, 2ª ed. Publ. Dom Quixote, 2000.