segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre as Pinheiríadas

Uma das coisas que mais gosto na minha profissão, tendo consciência que daqui a uns anos deixará de "ter piada", é que o andar com a casa "às costas", qual tartaruga em busca de estabilidade, faz com que a escola, os alunos e os colegas nunca sejam os mesmos.
Este ano, conheci a 8ª edição das Pinheiríadas. Um projecto que a ter que ser definido, deve considerar-se como uma espécie de olimpíadas multi-disciplinares (prova de desporto, prova de leitura, prova de criatividade, prova de cultura - actualidade e prova de Quebra-Tolas) que envolveram as turmas, professores e funcionários. As turmas inscreveram-se e nos passados dias 20 e 21 de Abril, as suas habilidades, nas mais diversas áreas do saber, foram postas à prova.
Tive oportunidade de assistir a algumas provas e fiquei agradavelmente surpreendida. Considero que é um projecto extremamente estimulante para a comunidade escolar e extra-escolar também: os pais e encarregados de educação deslocaram-se à escola para ver as provas dos seus educandos (é verdade que o horário escolar fez com que a adesão por parte destes não fosse tão activa).
Penso que o ambiente de festa, espírito de sacrifício e companheirismo que envolveu as Pinheiríadas foi extraordinário.
No próximo dia 30 de Abril, sexta-feira, haverá uma Gala das Pinheiríadas para apresentar à comunidade farense o que de melhor foi feito nesta 8ª edição. O local: Grande Auditório da Universidade do Algarve - Gambelas, os protagonistas: as turmas/alunos vencedores e, ao que parece, um grupo de professores que abrilhantará o início da festa com música e uma coreografia à altura do acontecimento. Será uma semana de ensaios e boa disposição para todos os que participarão da dita coreografia.
Haja projectos como estes que motivam o adolescente como aluno e cidadão e que fazem da escola um local de transmissão de saberes que vão além dos que aparecem escritos nos programas e curriculos.
P.s: Ainda não há fotos (nem videos!) que o comprovem mas o primeiro ensaio para a dita coreografía de abertura decorreu hoje na sala 301 pelas 20:30. A pouco e pouco foram chegando os protagonistas e, sob protestos (como aliás é da praxe nestas alturas!), animação e entusiasmo, a coreografia começou a ganhar corpo.
Foi um óptimo serão passado na companhia dos colegas que, hoje e alí na 301, substituiram as típicas conversas de circunstância na sala de professores por gargalhadas repletas de entusiasmo e boa disposição!
P.s2: Segundo dia de ensaios, quarta-feira: mais animados, os "artistas" voltaram à 301 e, finalmente, fez-se luz! Como é típico nestas situações, há sempre alguém que tem outra sugestão para o movimento X ou Y ou alguém que se exalta porque o entusiasmo/confusão é tanta que ninguém se entende ou porque, simplesmente, existe alguém que está alí para descontrair e a coreografia é só um motivo para estarmos juntos e fazermos coisas diferentes. Como no mercado, há de tudo!
Depois de repetirmos umas quantas vezes a coreografia e, já exaustos, voltámos a casa para descansar!
Vamos lá ver na sexta-feira!!
"Valha-me o senhor de Matosinhos" como diz uma querida amiga!!

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre a Liberdade

É um feriado nacional e este ano, por coincidir com o domingo, quase que nem o celebramos convenientemente (se fosse um dia de trabalho a grande maioria dos portugueses não só recordar-se-ia dele como também celebrá-lo-ia de uma forma mais entusiástica). Estou a referir-me, como é óbvio, ao 25 de Abril que hoje orgulhosamente comemoramos.
Este ano, entusiasmada pelo convite que a Sara, sobre a qual já aqui falei uma vez, me dirigiu, fui, na sua companhia e na companhia da Teresa, ouvir contos e músicas da Liberdade.
Apesar de já ter começado há uma semana, o VIII Festival de Narração Oral Contos de Liberdade, organizado pela Arca - Associação Recreativa e Cultural do Algarve foi o mote para nos deslocarmos até ao Maktostas onde Celso Sanmartín, contador galego convidado pela Arca para participar nesta 8ª edição e o Projecto Norton de Matos, nos proporcionaram uma noite cheia de encontros e recordações de Liberdade.
Após o convívio no Maktostas, e já na companhia do Paulo, fomos até à Baixa para celebrar o feriado com mais música num dos locais nocturnos mais agradáveis para quem quer conversar e ouvir boa música: O Cabana. Lá encontrámos mais amigos e bem depressa chegou a madrugada.
Antes de regressarmos a casa, uma última paragem para beber uma média no "Arábia", local de culto para qualquer estudante algarvio, mas fomos surpreendidos pelo facto de se encontrar fechado. Ali mesmo ao lado, a praia de Faro foi o cenário para mais um cigarro servindo de pretexto para mais um dedo de conversa!
Foi uma bela noite para comemorar a Liberdade: de estar com quem me faz bem, de decidir com quem quero estar e onde quero estar.
Obrigada aos companheiros de "histórias" ;)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre a "internacionalização" na cidade do Sado

Este fim-de-semana fui até à "Pérola do Sado" na companhia das irmãs Ferventis. Depois de termos já recusado dois convites para participar no Acordes, Festival de Tunas Femininas organizado pela Tuna Sadina, à terceira foi realmente de vez!! A preparação para o Acordes, que este ano cumpriu a sua IX edição, começou muito antes do fim-de-semana da sua realização propriamente dita. Ao longo do último mês e meio as caloiras e projectos desta fabulosa tuna tiveram que enfrentar grandes e arriscados desafios. Estes passaram por pôr à prova a sua criatividade e originalidade com a realização de poemas com palavras-chave sobre a temática, a adaptação do conhecido sucesso "És tão sensual" do, não menos conhecido, sadino Toy e a sugestão de uma entrada à altura do Acordes e que transmitisse a nossa atitude em relação a esse, e a todos afinal!, festival. As provas pré-Acordes puseram, também, à prova a memória das nossas caloiras e projectos: a cada uma delas foi atribuído um poema de Bocage que, sempre que lhes fosse solicitado, deviam declamar.
Antes de continuar com a descrição deste fim-de-semana devo dizer, ao leitor mais curioso, que todas as provas foram amplamente superadas!
Dia 1: sexta-feira, 16 de Abril.
Hora de Saída: 20:00 Hora de chegada a Setúbal: a) pela primeira vez - 23:50 e b) pela segunda vez: 01:00 Meio de Transporte: a carrinha dos pais da Liane (a única carrinha que durante horas conseguiu transportar um autocarro lá dentro!) Condutora: Liane
Estavam reunidos todos os ingredientes propicios à festa: alegria, companheirismo, música, boa-disposição e MOITA VELHA!
Após a reunião da "turma", rumámos em direcção a Setúbal e, apesar de não o sabermos ainda nessa altura, à Marateca. Resumindo, e quem foi sabe que estou a resumir, foi uma viagem muito bem passada, cheia de momentos para recordar, peripécias originais e à imagem desta tuna!!
Talvez o leitor desconheça, mas normalmente nestes festivais existe um, às vezes mais, guias que têm o papel de guiar a tuna é, no fundo, um intermediário entre a tuna organizadora e as tunas convidadas. O nosso, Fura - é a pura da loucura, ainda não nos tinha conhecido e já nos estava a mandar de volta para o Algarve.
Explico: por motivos de imprecisão geográfica, falta de comunicação e outros, as orientações que o Fura nos deu levaram-nos a entrar na A2 com destino a Alcácer do Sal (51 km). Ora, depois de "panicarmos" e já com o pensamento nos mais de 100km que teríamos que fazer para ir até Alcácer e regressar a Setúbal, vimos, passados uns 20km, a saída MARATECA. Acho que, se Marateca fosse uma pessoa, ter-lhe-íamos dado um beijo!!
Mais descontraídas (e animadas!) regressámos a Setúbal! Em Setúbal fomos recebidas pelo Fura, o guia, e a Andreia que já por lá andava desde as 21h. Deixámos a bagagem no ginásio da escola comercial, local onde iriamos pernoitar no fim-de-semana, e ainda houve oportunidade de brindar com vinho do porto que a Meuf, que entretanto tinha chegado também à cidade depois de perder um comboio e da máquina dos chocolates lhe ter ficado com 10 euros, trouxe da Invicta.
A noite ainda agora estava a começar para nós! Saímos do ginásio em direcção à zona dos bares da cidade, não me recordo do nome do primeiro mas sei que lá nos encontrámos com a Tuna Sadina (organizadora do festival), Tafué (tuna participante) e com a Estuna (tuna convidada). À chegada, receberam-nos com um enorme sorriso nos lábios e um copo de sangria na mão e como "resposta" devolvemos sorrisos e cantámos uma canção ao IX Acordes e à Tuna Sadina!
A noite foi acontecendo por terras do rio Sado: karaoke (com direito a discos pedidos!); Moita Velha, Brindes; declamação de poemas; hambúrgueres com ervilhas; cocktails de melão (sem álcool!!); animação na coluna; serenata aos porteiros; partilha de segredos; conversas do "arco da velha"; duche de água fria; "tralhos" nos balneários...
Dia 2: 17 de Albril

Alvorada: 11 horas com a já conhecida "Poesia" do duo SãoLindas (que aliás nos acompanhou exaustivamente durante todo o fim-de-semana). Duas (ou três) horas volvidas dos episódios descritos antes, acordámos com o humor matinal que caracteriza um grupo como o nosso "O que tem que ser...tem que ser!" Rapidamente (tendo em conta que éramos 16 mulheres) nos trajámos e organizámos para começar um mini ensaio antes de partirmos para o almoço: cantaram-se os êxitos e o grupo aproximou-se ainda mais. Já começava a dar aquele frio na barriga, aquele nervosismo miúdo de festival.

O almoço foi servido numa magnífica esplanada na margem do Rio Sado e tivemos a oportunidade de provar algumas das iguarias do restaurante. Os ânimos ficam mais despertos e a música começou a ouvir-se. A partir daí nunca mais ninguém nos consegiu "calar". A nós e às queridas da Tafué que, sendo mulheres tão festivaleiras, não se podiam deixar ficar atrás!

Depois do almoço estava programado uma visita às caves da Bacalhôa (lugar onde se produz o Moscatel de Setúbal) seguido de um passeio pela Serra da Arrábida. Na Bacalhôa ficámos deslumbradas: milhares de hectares de vinha que produzem não só o famoso Moscatel de Setúbal como alguns vinhos de nome sobejamente conhecido: Periquita ou JPazeitão. Na estufa, 5 mil pipas de vinho fazem o seu estágio antes de serem engarrafados e exportados (40%) ou postos à venda no nosso país (60%). No final da visita, o momento pelo qual esperávamos antes mesmo de esta começar, a prova de vinhos Moscatel e outro, cujo nome, sinceramente, não me recordo.

Regressámos a Setúbal, à Praça do Bocage, mas antes tivemos oportunidade de passear pela magnífica Serra da Arrábida. Que paisagem excepcional! (Um passeio que recomendo vivamente ao leitor que não conhece!) Um final de tarde relaxado e cheio de cantorias!

Na Praça do Bocage, já com os primeiros sinais de cansaço a aparecerem, tocámos, cantámos e encantámos na companhia da Inspiritus Tuna e Tfisel. O destino seguinte era o Anunciada, local onde realizar-se-ia o festival, que nos recebeu debaixo de uma forte chuva. À chegada ao Anunciada, mais amigos: O Bivalves, o Sandokan, o Mirra e o Jay Cee fizeram-me uma visita e foi um enorme gosto vê-los ali!!

Ao jantar...a tradicional feijoada de chocos que, sinceramente, nem consegui saborear como era suposto devido às circunstâncias de pré-actuação. (Fica prometido o regresso a Setúbal para saboreá-la como merece!)
A actuação: correu bem, dentro do que tinhamos planeado. Penso que foi uma actuação coerente, com alguns erros mas com um à vontade muito grande, também. Serviu para identificarmos falhas e para, a partir daqui, corrigir e seguir em frente. Foi uma actuação envolvente, eu pelo menos enquanto tunante achei que estávamos todas na mesma onda e isso foi muito importante! No final da actuação um regresso ao Anunciada mas, desta vez, para ser espectadora entusiasmada da actuação da Tafué (não me recordo da última vez que vi uma tuna feminina!).

No final do IX Acordes o júri decidiu: Melhor Tuna: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Solista: Tuna Feminina do Isel; Melhor Estandarte: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Pandeireta: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Instrumental: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora. A Tuna Sadina atribuiu, ainda, o prémio de Tuna + Tuna à Feminis Ferventis - Tuna Académica Feminina da Universidade do Algarve. Foi um enorme orgulho recebê-lo!!!

A festa continuou no Design com a presença da Tuna Sadina, da Feminis, da Tafué e da Estuna que celebraram este Acordes até altas horas da madrugada!!

De regresso ao Algarve, muitas histórias na mochila e sentimentos partilhados. Foi mais um fim-de-semana em família pleno de reencontros e de surpresas, das agradáveis!!
Parabéns à Tuna Sadina pelo Acordes, pela simpatia com que sempre nos trata e pela boa disposição característica. Quem conhece, sabe que este festival tem a "cara" delas!!

"Setúbal é a Pérola do Sado,

Setúbal recebe as Fefés com espanto,

Setúbal tem o néctar desejado,
Setúbal fica rendido ao nosso encanto."

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sobre a Aventura

Enquanto estava embrenhada com algumas leituras "encontrei-me", casualmente, com Emmanuel Kant, filósofo alemão (1724-1804) considerado um dos últimos filósofos da era moderna e um dos pensadores mais influentes dessa mesma época. O que me fez dedicar-lhe este comentário foi o seguinte excerto extraído de Considerações sobre o casamento em resposta a objecções que transmite um ideia simpática e romântica do casamento.
Serve o presente comentário para celebrar esse acto tão sagrado na vida de um casal.
Apesar de todo o mau mau-feitio em relação a este assunto, quero acreditar que realmente assim acontece.
"Meu caro leitor!
Se não tens tempo nem oportunidade para consagrar uma dezena de anos da tua vida a uma viagem em volta do mundo para observar tudo o que um circunavegador pode aprender; se te falta, por não teres estudado por muito tempo as línguas estrangeiras, os dons e os meios de te iniciar nas mentalidades diversas dos povos que se revelam aos cientistas; se não pensas em descobrir um novo sistema astronómico que suprima do de Copérnico, bem como o de Ptolomeu - então, casa-te, e mesmo que tenhas tempo para viajar, dons para os estudos e a esperança de fazer descobertas, casa-te do mesmo modo. Tu não te arrependerás, ainda que isso te impeça de conhecer todo o Globo terrestre, de te exprimires em muitas línguas e de compreenderes o espaço celeste, pois o casamento é e continuará a ser a viagem da descoberta mais importante que o homem pode empreender; qualquer outro conhecimento da vida, comparado ao de um homem casado, é superficial, pois ele e só ele penetrou verdadeiramente na existência."
O Casamento é a mais rica aventura humana in Considerações sobre o Casamento em resposta a objecções.
À Sandra e ao Bruno... ;)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre ser do Sport Lisboa e Benfica

Ao Pedro Barata,
Durante esta interrupção lectiva da Páscoa, que ainda me encontro a usufruir, num zapping realizado numa destas tardes, deparei-me com uma entrevista ao conhecido e irrascível, Manuel Moura dos Santos, que é, além de tudo, um sportinguista convicto e dedicado. Este senhor, numa das perguntas que se referia ao seu clubismo, afirmou que o futebol, assim como o desporto, é para ser vivido, sentido e comentado com o coração! É neste sentido que surge este post: puro amor!
O grande, o glorioso, o Sport Lisboa e Benfica, está imparável!! Independentemente do que hoje possa vir a acontecer, a verdade é que a equipa tem feito uma época verdadeiramente excepcional.
Não escrevo nada que o leitor não tenha já lido ou ouvido na comunicação social, não pretendendo ser inédita nos comentários, reiterei esta ideia porque essa excepcionalidade tem envolvido a massa associativa de uma forma que eu, adepta e seguidora da equipa, há algum tempo que não via.
O ambiente de euforia é de tal forma enleante que eu, que há tempos que não via um jogo de futebol na sua totalidade, voltei à adolescência e à "doença" do futebol e, em especial, do SLB.
A semana passada foi extremamente intensa: depois daquele jogo com o Liverpool na Luz e a assistência do jogo no café-bar da estação do Entroncamento na companhia de fervorosos adeptos benfiquistas que proporcionou um ambiente "caseiro", o jogo na Figueira da Foz foi impróprio para cardíacos (também por mérito da Naval)!!
Hoje lá vamos nós sofrer mais 90 mn... o jogo em Liverpool não será fácil, mas acredito: no jogo que tem sido jogado pela equipa, na lucidez do treinador e na serenidade com que afirma os seus objectivos e na famosa, mas não muito definida, mística benfiquista.
Boa Sorte!!!
;)