sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre Lisboa

...Cheira a Lisboa"
Há uns fins-de-semana atrás desloquei-me até Lisboa. Uma viagem/visita que já tinha prometido a mim mesma há algum tempo mas que por desculpa momentâneas: faltas de tempo ou disponibilidade, ainda não tinha concretizado. Desta vez, um impulso (ou talvez mais do que isso!) levou-me até à capital de Portugal e as expectativas foram amplamente superadas.
Os itinerários que a SC me tinha sugerido foram realizados e, por momentos, pareceu-me que a cidade estava bem próxima de mim.
A visita à cidade começou, como não poderia deixar de ser, pel`A Brasilleira onde, sentado numa apetecível esplanada, Fernando Pessoa saúda os que chegam no Metro na Baixa-Chiado pela saída do Largo do Camões.Aí, bebi um café e estudei o roteiro daquilo que eu tinha planeado que seria o meu primeiro dia.
Inspirada, dirigi-me até ao Largo do Camões, onde contemplei a estátua de um dos maiores e mais importantes escritores portugueses que dá o nome ao Largo. Subi até ao miradouro de Santa Catarina, também chamado de Adamastor, onde me debrucei sobre uma das sete colinas para logo vislumbrar outra do lado oposto. Ali ao lado um pequeno passeio pelas ruas, quase, desertas do Bairro Alto. Dos restaurantes vinha o burburinho das gentes e o som dos talheres nos pratos mas, cá fora, nem viv´alma.
Voltei ao Largo do Camões onde apanhei, como a SC me tinha dito, o 28 com destino à Graça. A viagem de eléctrico pelas ruas estreitas foi de um prazer extraordinário e, quando lá cheguei, após uma vista do miradouro da Graça, comecei a descida com destino ao ponto de partida inicial. Tive oportunidade de visitar a monumental Igreja de São Vicente de Fora e, atrás desta, não pude deixar de entrar no Panteão Nacional outro dos monumentos que me inspiraram patrioticamente.
Ao sair do Panteão deixei-me levar pelas músicas, o fado!, que vinham das janelas das pequenas e amontoadas casas e as suas coloridas varandas com flores, pelos falares altos das gentes que nas suas casas, ainda enfeitadas com cores dos santos populares, falavam com os vizinhos numa harmonia quase que desconcertante e sem que importasse quem passava. Perdi-me, literalmente, por Alfama : pelos cheiros e sons desta Lisboa Castiça.
Voltei a encontrar a Sé e o Miradouro de Santa Luzia e num instante estava já na Rua do Ouro que me levava, com passos cada vez mais lentos, até à Rua Augusta. Voltei aos Armazéns do Chiado para lanchar e, após recuperar forças e ânimo, passei pela Livraria Sá da Costa enquanto me dirigia para as Ruínas do Carmo/Museu Arqueológico. Para terminar a tarde, um passeio pelos Restauradores e pelo Rossio.
A noite do primeiro dia foi programada pelo AJB: uma noite muito bem passada num restaurante italiano à beira-rio, regada de um bom vinho e acompanhada de uma agradável conversa. A Ponte 25 de Abril, o rio Tejo e a lua fizeram-nos companhia até altas horas da noite.
Foi uma noite, com certeza, inesquecível por variadíssimos motivos que não cabe aqui esmiuçar. O segundo dia deste fim-de-semana foi, também repleto de emoções fortes: madruguei para me dirigir à afamada Feira da Ladra que desde tenra idade preencheu o meu imaginário. Foi uma experiência incrível que estava longe de imaginar (por muitas conjecturas que possa ter feito sobre ela).
Aí pude encontrar de tudo, mas literalmente tudo, e todo o tipo de gente também. Após me demorar por lá algum tempo voltei a descer a colina mas antes parei n´A Tuna onde tomei o meu pequeno-almoço e conversei com o simpático dono do café sobre a Selecção Nacional e a sua prestação no Mundial´10. Senti-me como se aquela fosse a minha rotina, como se aquela fosse a minha casa. Antes de chegar ao destino seguinte, um desvio para regressar ao Castelo e às ruas que o circundam : estreitas e intermináveis ruas que se embrenham umas nas outras e de onde vinham sons mais ou menos alternativos.
Uma passagem pela Casa dos Bicos, futura Fundação José Saramago, e uns passos mais à frente o deslumbrante Terreiro do Paço e, novamente, um passeio até à Rua Augusta.
A tarde de sábado esteve reservada à companhia do AJB que me levou ao Jogo de apresentação do Sport Lisboa e Benfica no Estádio da Luz. Trajados a rigor, com o cachecol da equipa "Eu sou Benfica", e depois de alguma ansiosa espera entrei no actual estádio (o AJB fez questão que entrasse em primeiro lugar) e foi uma sensação, mais uma, inesquecível. Foi importante ter estado na sua companhia porque o seu benfiquismo fez-me viver, ainda mais, aquele momento.
Após o jogo, e como estava uma noite muito agradável, fomos até a um dos meus espaços favoritos na Capital: Parque das Nações - Real República de Coimbra. Lá, inesperadamente, encontrámos alguns amigos e a conversa prolongou-se até de madrugada.
No domingo, terceiro e último dia do fim-de-semana, o AJB foi buscar-me e almoçámos, segundo promessa do dia anterior, em Setúbal: cidade onde atribuladamente nos conhecemos. Houve tempo, ainda, para nos encontrarmos com o Saxo, amigo comum das lides tunísticas, na esplanada da Pousada de Portugal no Forte de S. Filipe.
Depois das despedidas, o regresso a Faro com sabor a saudades e já nostálgica dos fabulosos momentos do fim-de-semana.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sobre o "Vá para fora cá dentro"

Desde há uns anos atrás que o Turismo de Portugal adoptou o slogan de "Vá para fora cá dentro". Segundo noticias das últimas semanas há cada vez mais portugueses a levarem a sério este slogan (na lista dos primeiros motivos estão os de origem económica) e a usufruírem de férias em Portugal.
Eu, que não preciso de motivos para ficar e usufruir do que de bom tem o meu país, de quarta, dia 23 de Junho, a sábado, 26, tive oportunidade de participar num evento que transmite essencialmente esta ideia: ir para fora cá dentro. Talvez não seja exactamente esta ideia mas é-o noutra vertente: a de, mesmo ficando "cá dentro", frequentar um espaço onde identifique odores, sabores, artesanato e musicas do MEDITERRÂNEO.
Estou a falar do famigerado Festival MED, que este ano contou com a sua 7ª edição, organizado pela Câmara Municipal de Loulé e que conta com a participação de músicos do mundo merriterrâneo e não só.
Sendo um festival que pretende dar a conhecer músicas do mundo, não se resume a isso. É exactamente por isso que o Festival MED é, na minha humilde opinião, extraordinário: nas ruas da zona histórica da cidade entrelaçam-se culturas, tradições, artesanato, gastronomia e idiomas. É por isso que tem, ano após ano, atraído mais público (de todas as idades!) e se tem superado a si mesmo.
Este ano, desafiada uma vez mais pela SC, comprámos o bilhete semanal e vivemos o MED na sua plenitude! De mapa na mão e prioridades musicais definidas calcarreámos, sem descansar, cada rua, experimentámos sabores do Oriente e Medio-Oriente, deixámo-nos seduzir pelos sons do Mali, de Israel, da Nigéria, de França e surpreendemo-nos com os grupos "da casa".
No regresso a casa, renovavam-se expectativas para o dia seguinte e quando achávamos que já tínhamos visto tudo e já conhecíamos o recinto como a"palma das nossas mãos" eis que aparece uma rua por onde ainda não tínhamos passado, um grupo de música que não conhecíamos ou um sabor que ainda não tinhamos experimentado.
Foram quatro dias extraordinários, quatro dias vividos "cá dentro" mas que nos fez recordar o que de melhor acontece lá fora!
Obrigada aos que no MED me fizeram companhia e partilharam comigo mais esta experiência!! Obrigada SC por "alinhares" comigo nestas aventuras! ;)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sobre (mais uma) Aventura

(Texto escrito por mim noutro lugar cibernáutico e que recupero neste meu regresso à minha "casa" virtual) Se há dias que me fazem recordar que o Amor Acontece; que ele pode, efectivamente, manifestar-se entre duas pessoas; que o Amor Eterno (seja lá o que isso for) existe, enfim, se há dias em que acredito no Amor este foi um deles. Os protagonistas, já o referi noutra Nota, foram a Sandra e o Bruno e nós, os que partilhámos com eles este momento tão importante nas suas vidas, fomos testemunhas desse momento de inesquecível emoção. A cerimónia foi preparada ao mais ínfimo pormenor e os amigos foram convidados a participar nela. Nela conjugou-se, na perfeição, as crenças cristãs de ambos e a sua história de vida em comum: os seus amigos e a família. Foi Perfeito e, sem exageros ou hipérboles, absolutamente mágico! Um dos momentos mais emocionantes da celebração foi a homília feita pelo Padre Pedro, amigo dos noivos. Não tenho dúvidas que falou com o coração e, quando assim é, as palavras chegam, também, ao coração de quem ouve. A mim, tocou-me especialmente por vários motivos e um deles foi a citação de um dos textos mais bonitos sobre o Amor: O Profeta de Kahil Gibran. Penso que este sentimento de deslumbramento em relação a este casamento (não tenho dúvidas que fui feliz neste dia!) está, também, relacionado com as pessoas que conheci, que partilharam a mesa e muitas gargalhadas comigo, que brindaram comigo, que dançaram comigo; que conspiraram comigo: são pessoas extraordinárias e eu sinto-me, realmente, uma privilegiada! ----» Andreia, Pedro, Sandra; Sílvia e Marta! ;) É nestes dias que eu olho para o postal ao lado da minha cama e para a nota de post it (a ML sabe do que estou a falar...) que adicionei e penso: um dia acredito nisso... Um belo dia passado em excelente companhia! ;)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sobre a "estupidez"

Nas últimas semanas tenho estado empenhada na realização de trabalhos para o Relatório de Estágio e, enquanto procurava conteúdos para a planificação que tinha que fazer para o 3ª ciclo do Ensino Básico, encontrei um texto, num manual do 7º ano, com o título "O Amor é uma estupidez". Numa altura em que o passeio pelo País das Maravilhas terminou e tendo-se vivido aí tantas histórias de amor, uns e, outros, prelúdio delas parece-me que a escolha do texto não poderia ser melhor. A mensagem é clara: acontece a todos!
"Tenho a certeza que o amor é uma estupidez. Torna as pessoas meio estúpidas e muda-lhes a maneira de ser e se calhar torna-as mais felizes, está bem, mas isso não muda nada e é claro que não torna inteligentes os que já são estúpidos. Quando vou na rua e vejo alguém com um sorriso parvo estampado na cara, penso: este fulano deve estar completamente apanhado da pinha, mas às vezes, quando estou em maré de indulgência, acrescento para mim: ou completamente apaixonado. Concordo que as declarações de guerra ainda são piores do que as declarações de amor, mas isso não impede que as de amor seja uma estupidez.
[...]
Quem tiver adivinhado que estou apaixonado e se considere muito esperto e inteligente [...] com certeza é imbecil, porque pode acontecer a qualquer um apaixonar-se e ninguém está a salvo. Eu, para não ir mais longe, apaixonei-me pela Sara sem querer, comecei a gostar dela sem querer [...]"
Martín Casariego Córdoba, E dizer-te uma estupidez qualquer, por exemplo, amo-te, trad. de Maria do Carmo Abreu, 2ª ed. Publ. Dom Quixote, 2000.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre os XXV anos

A Associação Académica da Universidade do Algarve em conjunto com a COSA (Comissão Organizadora da Semana Académica) estão de parabéns!
Há 25 anos que fazem com que um espaço da cidade de Faro (Muralhas, ex-Teatro das Figuras, Complexo Desportivo da Penha e Largo de São Francisco) se torne, durante 10 dias, num verdadeiro País das Maravilhas.
Desde quinta-feira, 29 de Abril, que a porta de entrada para o País das Maravilhas está aberta. Por lá já passaram os intemporais Xutos e Pontapés, Diego Miranda, Matt Caddies, Pete Tha Zouk, Rosinha e Anjos. Mas a festa só termina no próximo sábado e, até lá, ainda se poderá divertir ao som de Buraka Som Sistema, Daniela Mercury, Shaggy, Pedro Cazanova ou Gentleman, entre outros.
Independentemente de ter bilhete semanal, o que mais gosto desta semana é o verdadeiro convívio, a partilha e o espírito algo "aventureiro" com que a encaro. Os concertos são só a banda sonora para a conversa com X ou Y; mais um shot pago por T ou brinde feito por W. Assumo que já não a vivo como noutros tempos mas este ano o entusiasmo está lá (como há tempos que não via!) e não quero deixá-lo ir embora.
Avizinha-se uma semana de muito trabalho e, espero, diversão também! Com esforço, força de vontade e espírito de responsabilidade tudo se consegue...sempre foi assim, porque seria diferente agora?
No País das Maravilhas escrevem-se histórias de encantar...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre a Gala Pinheiríadas 2010

O Grande Auditório da Universidade do Algarve - Gambelas recebeu a 8ª edição da Gala das Pinheiríadas 2010. Esta Gala tem como objectivo mostrar às famílias o bom trabalho levado a cabo por alunos e professores nas diferentes provas que fizeram parte destas olimpíadas multi-disciplinares da Escola Secundária de Pinheiro e Rosa.
Os alunos, o seu trabalho e espírito de entrega foram as estrelas da noite e o orgulho dos que até lá se deslocaram esteve patente desde o seu início até ao final do espectáculo.
O palco do Grande Audiório, já meu velho conhecido de outras andanças, viu desfilar os vencedores de algumas das provas das Pinheiríadas 2010 e estes não decepcionaram. O público, entusiasmado, aplaudia a cada amigo ou turma conhecida e o clima era de festa. Só podia!
Para dar mais um encanto à dita noite, os professores abriram as "hostilidades" com uma coreografía, exaustivamente ensaiada, para a música I Gotta a feeling do grupo Black Eye Peas. Foi um momento INESquecível, posso asseverar ao leitor mais incrédulo.
Quem me conhece sabe que, participar numa actividade destas tem tudo a ver comigo e não me arrependo minímamente. Foi muito bom partilhar o palco com outros colegas tão "profissionais" quanto eu. Só assim, dando (ou tentando dar) o exemplo é que posso incentivar os meus alunos a não temerem o ridículo de uma possível situação mais constrangedora. Participei exactamente por isso, ou também por esse motivo!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre as Pinheiríadas

Uma das coisas que mais gosto na minha profissão, tendo consciência que daqui a uns anos deixará de "ter piada", é que o andar com a casa "às costas", qual tartaruga em busca de estabilidade, faz com que a escola, os alunos e os colegas nunca sejam os mesmos.
Este ano, conheci a 8ª edição das Pinheiríadas. Um projecto que a ter que ser definido, deve considerar-se como uma espécie de olimpíadas multi-disciplinares (prova de desporto, prova de leitura, prova de criatividade, prova de cultura - actualidade e prova de Quebra-Tolas) que envolveram as turmas, professores e funcionários. As turmas inscreveram-se e nos passados dias 20 e 21 de Abril, as suas habilidades, nas mais diversas áreas do saber, foram postas à prova.
Tive oportunidade de assistir a algumas provas e fiquei agradavelmente surpreendida. Considero que é um projecto extremamente estimulante para a comunidade escolar e extra-escolar também: os pais e encarregados de educação deslocaram-se à escola para ver as provas dos seus educandos (é verdade que o horário escolar fez com que a adesão por parte destes não fosse tão activa).
Penso que o ambiente de festa, espírito de sacrifício e companheirismo que envolveu as Pinheiríadas foi extraordinário.
No próximo dia 30 de Abril, sexta-feira, haverá uma Gala das Pinheiríadas para apresentar à comunidade farense o que de melhor foi feito nesta 8ª edição. O local: Grande Auditório da Universidade do Algarve - Gambelas, os protagonistas: as turmas/alunos vencedores e, ao que parece, um grupo de professores que abrilhantará o início da festa com música e uma coreografia à altura do acontecimento. Será uma semana de ensaios e boa disposição para todos os que participarão da dita coreografia.
Haja projectos como estes que motivam o adolescente como aluno e cidadão e que fazem da escola um local de transmissão de saberes que vão além dos que aparecem escritos nos programas e curriculos.
P.s: Ainda não há fotos (nem videos!) que o comprovem mas o primeiro ensaio para a dita coreografía de abertura decorreu hoje na sala 301 pelas 20:30. A pouco e pouco foram chegando os protagonistas e, sob protestos (como aliás é da praxe nestas alturas!), animação e entusiasmo, a coreografia começou a ganhar corpo.
Foi um óptimo serão passado na companhia dos colegas que, hoje e alí na 301, substituiram as típicas conversas de circunstância na sala de professores por gargalhadas repletas de entusiasmo e boa disposição!
P.s2: Segundo dia de ensaios, quarta-feira: mais animados, os "artistas" voltaram à 301 e, finalmente, fez-se luz! Como é típico nestas situações, há sempre alguém que tem outra sugestão para o movimento X ou Y ou alguém que se exalta porque o entusiasmo/confusão é tanta que ninguém se entende ou porque, simplesmente, existe alguém que está alí para descontrair e a coreografia é só um motivo para estarmos juntos e fazermos coisas diferentes. Como no mercado, há de tudo!
Depois de repetirmos umas quantas vezes a coreografia e, já exaustos, voltámos a casa para descansar!
Vamos lá ver na sexta-feira!!
"Valha-me o senhor de Matosinhos" como diz uma querida amiga!!

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre a Liberdade

É um feriado nacional e este ano, por coincidir com o domingo, quase que nem o celebramos convenientemente (se fosse um dia de trabalho a grande maioria dos portugueses não só recordar-se-ia dele como também celebrá-lo-ia de uma forma mais entusiástica). Estou a referir-me, como é óbvio, ao 25 de Abril que hoje orgulhosamente comemoramos.
Este ano, entusiasmada pelo convite que a Sara, sobre a qual já aqui falei uma vez, me dirigiu, fui, na sua companhia e na companhia da Teresa, ouvir contos e músicas da Liberdade.
Apesar de já ter começado há uma semana, o VIII Festival de Narração Oral Contos de Liberdade, organizado pela Arca - Associação Recreativa e Cultural do Algarve foi o mote para nos deslocarmos até ao Maktostas onde Celso Sanmartín, contador galego convidado pela Arca para participar nesta 8ª edição e o Projecto Norton de Matos, nos proporcionaram uma noite cheia de encontros e recordações de Liberdade.
Após o convívio no Maktostas, e já na companhia do Paulo, fomos até à Baixa para celebrar o feriado com mais música num dos locais nocturnos mais agradáveis para quem quer conversar e ouvir boa música: O Cabana. Lá encontrámos mais amigos e bem depressa chegou a madrugada.
Antes de regressarmos a casa, uma última paragem para beber uma média no "Arábia", local de culto para qualquer estudante algarvio, mas fomos surpreendidos pelo facto de se encontrar fechado. Ali mesmo ao lado, a praia de Faro foi o cenário para mais um cigarro servindo de pretexto para mais um dedo de conversa!
Foi uma bela noite para comemorar a Liberdade: de estar com quem me faz bem, de decidir com quem quero estar e onde quero estar.
Obrigada aos companheiros de "histórias" ;)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre a "internacionalização" na cidade do Sado

Este fim-de-semana fui até à "Pérola do Sado" na companhia das irmãs Ferventis. Depois de termos já recusado dois convites para participar no Acordes, Festival de Tunas Femininas organizado pela Tuna Sadina, à terceira foi realmente de vez!! A preparação para o Acordes, que este ano cumpriu a sua IX edição, começou muito antes do fim-de-semana da sua realização propriamente dita. Ao longo do último mês e meio as caloiras e projectos desta fabulosa tuna tiveram que enfrentar grandes e arriscados desafios. Estes passaram por pôr à prova a sua criatividade e originalidade com a realização de poemas com palavras-chave sobre a temática, a adaptação do conhecido sucesso "És tão sensual" do, não menos conhecido, sadino Toy e a sugestão de uma entrada à altura do Acordes e que transmitisse a nossa atitude em relação a esse, e a todos afinal!, festival. As provas pré-Acordes puseram, também, à prova a memória das nossas caloiras e projectos: a cada uma delas foi atribuído um poema de Bocage que, sempre que lhes fosse solicitado, deviam declamar.
Antes de continuar com a descrição deste fim-de-semana devo dizer, ao leitor mais curioso, que todas as provas foram amplamente superadas!
Dia 1: sexta-feira, 16 de Abril.
Hora de Saída: 20:00 Hora de chegada a Setúbal: a) pela primeira vez - 23:50 e b) pela segunda vez: 01:00 Meio de Transporte: a carrinha dos pais da Liane (a única carrinha que durante horas conseguiu transportar um autocarro lá dentro!) Condutora: Liane
Estavam reunidos todos os ingredientes propicios à festa: alegria, companheirismo, música, boa-disposição e MOITA VELHA!
Após a reunião da "turma", rumámos em direcção a Setúbal e, apesar de não o sabermos ainda nessa altura, à Marateca. Resumindo, e quem foi sabe que estou a resumir, foi uma viagem muito bem passada, cheia de momentos para recordar, peripécias originais e à imagem desta tuna!!
Talvez o leitor desconheça, mas normalmente nestes festivais existe um, às vezes mais, guias que têm o papel de guiar a tuna é, no fundo, um intermediário entre a tuna organizadora e as tunas convidadas. O nosso, Fura - é a pura da loucura, ainda não nos tinha conhecido e já nos estava a mandar de volta para o Algarve.
Explico: por motivos de imprecisão geográfica, falta de comunicação e outros, as orientações que o Fura nos deu levaram-nos a entrar na A2 com destino a Alcácer do Sal (51 km). Ora, depois de "panicarmos" e já com o pensamento nos mais de 100km que teríamos que fazer para ir até Alcácer e regressar a Setúbal, vimos, passados uns 20km, a saída MARATECA. Acho que, se Marateca fosse uma pessoa, ter-lhe-íamos dado um beijo!!
Mais descontraídas (e animadas!) regressámos a Setúbal! Em Setúbal fomos recebidas pelo Fura, o guia, e a Andreia que já por lá andava desde as 21h. Deixámos a bagagem no ginásio da escola comercial, local onde iriamos pernoitar no fim-de-semana, e ainda houve oportunidade de brindar com vinho do porto que a Meuf, que entretanto tinha chegado também à cidade depois de perder um comboio e da máquina dos chocolates lhe ter ficado com 10 euros, trouxe da Invicta.
A noite ainda agora estava a começar para nós! Saímos do ginásio em direcção à zona dos bares da cidade, não me recordo do nome do primeiro mas sei que lá nos encontrámos com a Tuna Sadina (organizadora do festival), Tafué (tuna participante) e com a Estuna (tuna convidada). À chegada, receberam-nos com um enorme sorriso nos lábios e um copo de sangria na mão e como "resposta" devolvemos sorrisos e cantámos uma canção ao IX Acordes e à Tuna Sadina!
A noite foi acontecendo por terras do rio Sado: karaoke (com direito a discos pedidos!); Moita Velha, Brindes; declamação de poemas; hambúrgueres com ervilhas; cocktails de melão (sem álcool!!); animação na coluna; serenata aos porteiros; partilha de segredos; conversas do "arco da velha"; duche de água fria; "tralhos" nos balneários...
Dia 2: 17 de Albril

Alvorada: 11 horas com a já conhecida "Poesia" do duo SãoLindas (que aliás nos acompanhou exaustivamente durante todo o fim-de-semana). Duas (ou três) horas volvidas dos episódios descritos antes, acordámos com o humor matinal que caracteriza um grupo como o nosso "O que tem que ser...tem que ser!" Rapidamente (tendo em conta que éramos 16 mulheres) nos trajámos e organizámos para começar um mini ensaio antes de partirmos para o almoço: cantaram-se os êxitos e o grupo aproximou-se ainda mais. Já começava a dar aquele frio na barriga, aquele nervosismo miúdo de festival.

O almoço foi servido numa magnífica esplanada na margem do Rio Sado e tivemos a oportunidade de provar algumas das iguarias do restaurante. Os ânimos ficam mais despertos e a música começou a ouvir-se. A partir daí nunca mais ninguém nos consegiu "calar". A nós e às queridas da Tafué que, sendo mulheres tão festivaleiras, não se podiam deixar ficar atrás!

Depois do almoço estava programado uma visita às caves da Bacalhôa (lugar onde se produz o Moscatel de Setúbal) seguido de um passeio pela Serra da Arrábida. Na Bacalhôa ficámos deslumbradas: milhares de hectares de vinha que produzem não só o famoso Moscatel de Setúbal como alguns vinhos de nome sobejamente conhecido: Periquita ou JPazeitão. Na estufa, 5 mil pipas de vinho fazem o seu estágio antes de serem engarrafados e exportados (40%) ou postos à venda no nosso país (60%). No final da visita, o momento pelo qual esperávamos antes mesmo de esta começar, a prova de vinhos Moscatel e outro, cujo nome, sinceramente, não me recordo.

Regressámos a Setúbal, à Praça do Bocage, mas antes tivemos oportunidade de passear pela magnífica Serra da Arrábida. Que paisagem excepcional! (Um passeio que recomendo vivamente ao leitor que não conhece!) Um final de tarde relaxado e cheio de cantorias!

Na Praça do Bocage, já com os primeiros sinais de cansaço a aparecerem, tocámos, cantámos e encantámos na companhia da Inspiritus Tuna e Tfisel. O destino seguinte era o Anunciada, local onde realizar-se-ia o festival, que nos recebeu debaixo de uma forte chuva. À chegada ao Anunciada, mais amigos: O Bivalves, o Sandokan, o Mirra e o Jay Cee fizeram-me uma visita e foi um enorme gosto vê-los ali!!

Ao jantar...a tradicional feijoada de chocos que, sinceramente, nem consegui saborear como era suposto devido às circunstâncias de pré-actuação. (Fica prometido o regresso a Setúbal para saboreá-la como merece!)
A actuação: correu bem, dentro do que tinhamos planeado. Penso que foi uma actuação coerente, com alguns erros mas com um à vontade muito grande, também. Serviu para identificarmos falhas e para, a partir daqui, corrigir e seguir em frente. Foi uma actuação envolvente, eu pelo menos enquanto tunante achei que estávamos todas na mesma onda e isso foi muito importante! No final da actuação um regresso ao Anunciada mas, desta vez, para ser espectadora entusiasmada da actuação da Tafué (não me recordo da última vez que vi uma tuna feminina!).

No final do IX Acordes o júri decidiu: Melhor Tuna: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Solista: Tuna Feminina do Isel; Melhor Estandarte: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Pandeireta: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora; Melhor Instrumental: Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora. A Tuna Sadina atribuiu, ainda, o prémio de Tuna + Tuna à Feminis Ferventis - Tuna Académica Feminina da Universidade do Algarve. Foi um enorme orgulho recebê-lo!!!

A festa continuou no Design com a presença da Tuna Sadina, da Feminis, da Tafué e da Estuna que celebraram este Acordes até altas horas da madrugada!!

De regresso ao Algarve, muitas histórias na mochila e sentimentos partilhados. Foi mais um fim-de-semana em família pleno de reencontros e de surpresas, das agradáveis!!
Parabéns à Tuna Sadina pelo Acordes, pela simpatia com que sempre nos trata e pela boa disposição característica. Quem conhece, sabe que este festival tem a "cara" delas!!

"Setúbal é a Pérola do Sado,

Setúbal recebe as Fefés com espanto,

Setúbal tem o néctar desejado,
Setúbal fica rendido ao nosso encanto."

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sobre a Aventura

Enquanto estava embrenhada com algumas leituras "encontrei-me", casualmente, com Emmanuel Kant, filósofo alemão (1724-1804) considerado um dos últimos filósofos da era moderna e um dos pensadores mais influentes dessa mesma época. O que me fez dedicar-lhe este comentário foi o seguinte excerto extraído de Considerações sobre o casamento em resposta a objecções que transmite um ideia simpática e romântica do casamento.
Serve o presente comentário para celebrar esse acto tão sagrado na vida de um casal.
Apesar de todo o mau mau-feitio em relação a este assunto, quero acreditar que realmente assim acontece.
"Meu caro leitor!
Se não tens tempo nem oportunidade para consagrar uma dezena de anos da tua vida a uma viagem em volta do mundo para observar tudo o que um circunavegador pode aprender; se te falta, por não teres estudado por muito tempo as línguas estrangeiras, os dons e os meios de te iniciar nas mentalidades diversas dos povos que se revelam aos cientistas; se não pensas em descobrir um novo sistema astronómico que suprima do de Copérnico, bem como o de Ptolomeu - então, casa-te, e mesmo que tenhas tempo para viajar, dons para os estudos e a esperança de fazer descobertas, casa-te do mesmo modo. Tu não te arrependerás, ainda que isso te impeça de conhecer todo o Globo terrestre, de te exprimires em muitas línguas e de compreenderes o espaço celeste, pois o casamento é e continuará a ser a viagem da descoberta mais importante que o homem pode empreender; qualquer outro conhecimento da vida, comparado ao de um homem casado, é superficial, pois ele e só ele penetrou verdadeiramente na existência."
O Casamento é a mais rica aventura humana in Considerações sobre o Casamento em resposta a objecções.
À Sandra e ao Bruno... ;)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre ser do Sport Lisboa e Benfica

Ao Pedro Barata,
Durante esta interrupção lectiva da Páscoa, que ainda me encontro a usufruir, num zapping realizado numa destas tardes, deparei-me com uma entrevista ao conhecido e irrascível, Manuel Moura dos Santos, que é, além de tudo, um sportinguista convicto e dedicado. Este senhor, numa das perguntas que se referia ao seu clubismo, afirmou que o futebol, assim como o desporto, é para ser vivido, sentido e comentado com o coração! É neste sentido que surge este post: puro amor!
O grande, o glorioso, o Sport Lisboa e Benfica, está imparável!! Independentemente do que hoje possa vir a acontecer, a verdade é que a equipa tem feito uma época verdadeiramente excepcional.
Não escrevo nada que o leitor não tenha já lido ou ouvido na comunicação social, não pretendendo ser inédita nos comentários, reiterei esta ideia porque essa excepcionalidade tem envolvido a massa associativa de uma forma que eu, adepta e seguidora da equipa, há algum tempo que não via.
O ambiente de euforia é de tal forma enleante que eu, que há tempos que não via um jogo de futebol na sua totalidade, voltei à adolescência e à "doença" do futebol e, em especial, do SLB.
A semana passada foi extremamente intensa: depois daquele jogo com o Liverpool na Luz e a assistência do jogo no café-bar da estação do Entroncamento na companhia de fervorosos adeptos benfiquistas que proporcionou um ambiente "caseiro", o jogo na Figueira da Foz foi impróprio para cardíacos (também por mérito da Naval)!!
Hoje lá vamos nós sofrer mais 90 mn... o jogo em Liverpool não será fácil, mas acredito: no jogo que tem sido jogado pela equipa, na lucidez do treinador e na serenidade com que afirma os seus objectivos e na famosa, mas não muito definida, mística benfiquista.
Boa Sorte!!!
;)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sobre o Dom Ferraz

Depois de algumas promessas, consegui, finalmente, que a querida Sara viesse cá a casa comer o não famoso mas já muito falado frango no forno. Telefonou-me e perguntou-me se era necessário levar alguma coisa. Disse-lhe que não, apenas a sua presença. Antes de desligar: "Não compres vinho, levo aquele que bebemos em minha casa no meu aniversário". Agradeci e disse-lhe que me parecia uma óptima ideia. Comecei a pensar e constatei que não fazia a mínima ideia a que vinho se estava a referir. Sabia que só poderia ser bom, a avaliar pelo seu gosto: não me lembro de nenhum que tenha bebido lá que não tenha gostado. Talvez aí esteja um dos motivos da minha dúvida.
Quando chegou e, decididamente, me mostrou a garrafa lembrei-me vagamente de termos passado algum tempo a falar dele (depois de o bebermos) mas a verdadeira recordação veio quando, antes da refeição, o saboreámos. Realmente extraordinário. Penso que pela primeira vez associei um sabor (vinho) a recordações/memórias. É delicioso sem qualquer sombra de dúvidas!
Foi mais uma noite para comemorar, para, literalmente, partilharmos tudo o que temos cá dentro. A conversa foi seguindo o seu rumo natural e "ele", o Dom Ferraz - 2005 - vinho do Dão, num ápice deixou de existir.
P.s: O facto de o meu regresso às lides cibernáuticas ser celebrado com um post dedicado a um vinho é pura coincidência...ou talvez não! ;)