quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Sobre a Despedida

Aos que já vi partir...
Disse em 2004 o então candidato às Presidenciais nos Estados Unidos, John Kerry, num programa de televisão, que devido ao facto de os seus pais estarem constantemente a mudar de cidade durante a sua adolescência, ele já estava imune à despedida.
De certa forma concordo com John Kerry. Depois de nos habituarmos à despedida, seja porque partem aqueles que amamos, seja porque somos nós a procurar outros "poisos" e outras oportunidades, acabamos por adquirir alguma imunidade perante essa situação de perda.
Mais cedo ou mais tarde ela [a despedida] acontece! Em diferentes momentos das nossas vidas conhecemos pessoas que, por um ou outro motivo, desempenham nela um papel fundamental. Com um sorriso sincero, um mimo terno, um alerta consciente e racional, uma palavra amiga, uma noite de copos, um jantar mais “regado” ou uma peripécia para mais tarde recordar, elas – essas pessoas – entram no nosso mundo e, de certa forma, mudam-no! Nesses casos a despedida, mais do que dolorosa, é ingrata. O pesar daqueles que voluntária ou involuntariamente partem é substancialmente diferente dos que, sem opção, têm de ficar. No pensamento fica, e isso ninguém nos pode tirar, o deleite das doces memórias e o desejo de um novo reencontro.

8 comentários:

Panamá disse...

Do lado de quem parte é complicado porque há sempre aquele sentimento de "gostava de ficar mais meia-hora" mas de quem fica, há sempre ainda algum entusiasmo dos momentos que antecederam essa despedida e que pode ser compensado por quem não parte e viveu o mesmo/sentiu o mesmo.

De facto, o que nós dá ânimo e força depois das despedidas é o "desconfiar" de um reencontro em breve, ou então o saber e reconhecer que aqueles momentos passados não podem ser eternamente vividos, mas sim eternamente recordados.

Para estragar o 2º parágrafo, as novas tecnologias acabam por atenuar um pouco a saudade(palavra única e exclusivamente portuguesa, porque será?), mas sem dúvida nenhuma que não há nada melhor que um reencontro frente a frente, desejando que os futuros momentos sejam iguais ou melhores aos anteriormente vividos. Mas nunca será o mesmo. Há demasiadas variantes em jogo e elas acabam por nos influenciar nesses momentos, só espero que seja sempre para melhor. jokas
P.S. E se participasses na Manif de dia 2 de Março, não era um grande reencontro(no meio de 100 mil pessoas, lol)?

The Coach Lab disse...

Minha querida,

Realmente são os reencontros que, nestes casos, movem/entusiasmam quem parte. Seja um reencontro no bem dito msn, seja frente a frente o importante é atenuar um bocadinho esse sentimento que dizem ser mais português do que de outro povo qualquer: a saudade! O que me tenho perguntado a mim mesma nos últimos tempos é, da perspectiva de quem parte, quando e que se tem consciência que chegou a hora de voar para outro poiso?

Quanto ao nosso reecontro, terá de ser adiado porque tenho uma reunião nesse dia...coisas de "MaisGiras"... ;) Mas acredita que nas férias da Páscoa conto fazer-te uma pequena de visita (a chamada visita de médico, se estiveres disponivel para isso!

Já sei que Leiria correu às mil maravilhas e sinto, confesso, uma certa inveja mas o dia pela capital algarvia também correu muito bem! ;)

beijinho!

Panamá disse...

Ora bem, em vez de despedidas, falemos de partidas para "altos voos". Normalmente isso sabe-se/sente-se!!! Dá-mos um tempo para confirmar que assim é ou se não é apenas uma fuga as dificuldades. Ainda não vai muito tempo estava numa de pegar nas trouxas, vender a casa e saír do Porto, ir para outro lado qualquer!! Mas devido a questões de trabalho, teria que ir para uma cidade que não gosto muito: Lisboa!! Talvez viesse a mudar de opinião, e fui deixando passar o tempo. Aí apercebi-me que não queria ir embora por ir, era para fugir. Por outro lado, há partidas inevitáveis. Pensas e repensas e nunca encontras uma solução, uma maneira de o evitar, até entrares em desespero contigo própria. E enquanto adias essa partida, os que estão a tua volta sofrem pelo teu nervosismo a flor da pele. E depois de tomada a decisão de partir, eles também sofrerão, mas encontrar-te-as mais calma, com um alívio e paz de alma...que depois nem sentes a falta. Bizarro, não é? Mas há um facto, nunca partir sem ter feito tudo para aproveitar o sítio onde estamos, ou sem ter a noção que iremos aproveitar ao máximo o nosso novo poiso.
Quanto ao resto... a minha casa está disponível e com as portas abertas, avisa com antecedência para o meu horário não ficar sobrecarregado nesses dias(e limpar a casa, etc. lol).
Quanto a Leiria, faltei aos treinos e no final da noite estava k.o. Acontece. Mas como sei que vocivertiram, estão perdoadas pela vossa falha.
Jokas

Anónimo disse...

A despedida é smp complicada, tanto pa kem parte como pa kem fica. A saudade abarca-nos e acompanha-nos, nunca deixando para trás todos akeles momentos k nos fazem pensar k keremos um dia voltar.

É difícil sair de onde se viveu tantos momentos bons e maus, onde se cresceu e se aprendeu tanta coisa nova. Para mim vai ser muito dificil sair de Faro...mas sei k vou recordar sempre com muito carinho tudo o k vivi, os amigos k fiz, as noitadas, os jantares, as cantorias, a tuna (a família que ganhei)... Vou de certeza sentir falta de tudo!

Despedida...Prefiro não pensar nela, e na altura de partir, de voar para um sitio melhor, só kero levar as minhas memórias, a minha cidade de cetim, e sentir k aki fui mt, mt feliz!

beijinhos...

Anónimo disse...

Olá minha linda!

Em relação a este tema penso que existem apenas 3 factores que nos dizem que é hora de partir:
- Um objectivo, ou um sonho…
- Motivos profissionais
- Desilusão…
Nenhum deles é superior ao outro, no entanto, tão importante decisão apenas deve ser tomada após longa reflexão e sem egoísmo…

Da parte de que vê partir, acho que é uma mistura de sensações que a música de David Mourão-Ferreira, Barco Negro, interpretado por Amália e mais recentemente por Mariza, traduz na perfeição.

Barco Negro
Composição: David Mourão-Ferreira
De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.

http://www.youtube.com/watch?v=AnNxYlTXDlE&mode=related&search=

http://www.youtube.com/watch?v=5ElLSBx9Jo8

Beijos

Miguel disse...

hummm...

The Coach Lab disse...

Meus queridos amigos,

Concordo com o que aqui já foi dito. Há muita coisa a ponderar quando se tem que tomar aquela que pensamos ser a atitude mais certa, seja no ficar ou seja no partir. Na maioria das vezes é dificil tomar uma decisão sem egoismo. A ponderação é algo que não está ao alcance de todos nem em todas as situações.

beijinho grande a todos os que "Dentro do meu peito, [estão] sempre comigo"

The Coach Lab disse...

Querida Gabi,

Todos os nossos reencontros, por breves ou demorados que sejam, são sempre uma lufada de ar fresco, um ânimo suplente. Este, em especial, foi muito importante para mim por vários motivos que agora não interessa esmiuçar.

És sempre muito bem-vinda e por muito que diga que sinto a tua falta penso que não poderei explicar a intensidade com que o sinto.

beijinho muito especial e um rápido regresso! ;)